Cáscara Sagrada
Rhamnus purshiana
Árvore espontânea da região americana do Oceano Pacífico, desde o Norte dos Estados Unidos da América até à Colômbia.
É pertencente à família das Ramnáceas e as partes utilizadas são as cascas secas do tronco e dos ramos.
Os seus principais constituintes são os derivados hidroxiantracénicos (derivados antraquinónicos), onde predominam os cascarósidos A e B, aloína e hidroxiantracénicos livres (crisofanol, aloé-emodina, emodol). Possui também taninos, sais minerais e constituintes amargos.
Os derivados hidroxiantracénicos possuem marcado efeito laxativo. Estes compostos atuam como pró-farmacos, uma vez que não são absorvidos a nível do intestino, só atuando após hidrólise por glucosidases da flora intestinal, principalmente ao nível do cólon com oxidação em antronas. Consideram-se como principais mecanismos de acção os seguintes: libertação ou aumento da síntese de histamina e de outros mediadores (prostaglandinas) capazes de aumentar a contração da musculatura lisa do intestino; inativação da bomba Na+/K+- ATPase e inibição dos canais de cloro, com o que se dá uma diminuição da reabsorção da água, efeito já comprovado para outros compostos antracénicos.
A cáscara sagrada é tradicionalmente utilizada na obstipação ocasional, como purgativo para limpeza intestinal.
Referências:
Cunha AP, Silva AP, Roque OR (2012). Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia, 4ª Edição, Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Educação e Bolsas, 204-205.
Cunha AP, Roque OR (2011). Plantas Medicinais da Farmacopeia Portuguesa, 2ª Edição, Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Educação e Bolsas, 196-200.
Physicians Desk Reference for Herbal Medicines (2000), 2nd Edition, Thomson Medical Economics, 153-156.